segunda-feira, 10 de abril de 2017

Eleições presidenciais portuguesas de 1986


As terceiras eleições presidenciais portuguesas após o 25 de Abril de 1974 tiveram lugar a 26 de Janeiro de 1986, tendo sido as mais disputadas de sempre, obrigando à realização de uma segunda volta em 16 de Fevereiro, caso único das eleições presidenciais em Portugal.

Apresentaram-se como candidatos à corrida presidencial Diogo Freitas do Amaral (apoiado pelo CDS e também pelo PSD), o ex-primeiro-ministro Mário Soares (apoiado pelo PS e que, ao apresentar a sua candidatura não contava com mais que 5% das intenções de voto) a também ex-primeira-ministra Maria de Lurdes Pintassilgo (candidata independente) Francisco Salgado Zenha (apoiado pelo PRD do ainda presidente António Ramalho Eanes, bem como de alguns membros do PCP - cujo candidato próprio - Ângelo Veloso - viria a desistir).


Tabela 1 - Tabela relativa à percentagem dos candidatos das eleições presidenciais de 1986

Candidato
Partidos apoiantes
1ª Volta
2ª Volta
Votos
%
Votos
%
Diogo Freitas do Amaral
CDS, PPD/PSD
2 629 597
46,31
2 872 064
48,82
Mário Soares
PS
1 443 683
25,43
3 010 756
51,18
Salgado Zenha
PCP, PRD
1 185 867
20,88
Maria de Lurdes Pintassilgo
Independente418 961
7,38
Ângelo Veloso
PCP
Desistiu

Espalhado pelas t-shirts, pelos cartazes, pelas bandeiras, pelos autocolantes ou pelos crachás, em plena campanha presidencial, seriam poucos a não conhecer o slogan da candidatura de Mário Soares: "Soares é fixe", uma estratégia interessante, vista como uma forma de angariar votos da parte do público mais jovem.

O seu hino oficial de campanha seria "Rock da Liberdade", de Rui Veloso, o qual jamais será esquecido na indústria musical portuguesa, pelo simples facto de ter chegado a disco de prata.

O "Rock da Liberdade" (https://www.youtube.com/watch?v=wUTNi1IV-Zk) fazia frente ao "Prá Frente Portugal" (https://www.youtube.com/watch?v=qzUpdHUpLas), cantado entre outros, pelo Coro de Santo Amaro de Oeiras e por Nicolau Breyner.

Na segunda volta, ao alcançar 51,2% da  votação - e contra os 48,8% conseguidos por Freitas do Amaral - Mário Soares acabaria por tornar-se o 16º chefe de Estado português, sendo depois reeleito em 1991 para um segundo mandato.

Mário Soares viria a ser empossado presidente da República em 9 de Março de 1986, tendo afirmado ser, para acabar com as dissensões, "O Presidente de todos os portugueses" - frase que desde entrou no discurso político nacional.

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