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Serpa e a reconquista cristã
(História)
Em 1281, quando
Serpa e todas as terras da Margem Esquerda do Guadiana estavam ainda sob
domínio de Castela, Afonso X estabeleceu a demarcação do concelho, para melhor
se povoar, e atribuiu-lhe o primeiro foral, o de Sevilha.
Ao fim de um
século de peripécias militares e diplomáticas, com a Reconquista cristã do
Alentejo, Serpa recebe de D. Dinis, em 1295, nova carta de foral.
Do ponto de
vista económico, as disposições do documento indicam que a pastorícia e a
agricultura eram as actividades fundamentais. Quanto ao comércio, era o pão e o
vinho, os panos de lã e linho, o pescado... e o mouro vendido em mercado.
O foral
dionisino revela ainda uma sociedade em reorganização, onde é grande a tensão
social e política. Vejam-se as penas que oneravam as violações, o roubo de
objetos e de terras e até as dificuldades na travessia de barco do Guadiana, de
uma para a outra margem.
Na base social,
sem direitos políticos, ficavam os mesquinhos, os mancebos, os solarengos e
escravos. Os diferentes níveis sociais não eram, evidentemente, estanques e
regista-se mesmo uma intensa mobilidade social.
Do ponto de
vista da organização administrativa e judicial, o concelho era dirigido por
dois juizes, eleitos na assembleia dos vizinhos, sendo depois a eleição
ratificada pelo rei. Mas uma disposição do foral proíbe que o gentile, ou seja,
o estrangeiro ou pagão, possa exercer o cargo.
Em 1513, Serpa
recebe foral de D. Manuel que, antes de ser rei, tinha sido senhor de Serpa.
A leitura do
foral manuelino sugere que Serpa era, no início do século XVI, um povoado
florescente onde persistia a pastorícia como actividade de grande relevância
mas em que o artesanato e a atividade comercial atingem um alto desenvolvimento.
Serpa era, no
século de D. Manuel, um dos mais importantes portos secos do reino.
Serpa
apresentava-se, na centúria de Quinhentos, como uma das mais importantes vilas
do Alentejo e do próprio reino, cujo desenvolvimento assentava na agricultura
dos cereais e do gado mas também no artesanato poderoso, voltado para o
comércio, e numa aliança muito estreita com o rei.
No século
seguinte, Serpa quase duplica a sua população, o que está de acordo com a
evolução geral do país.
Em 1674, o
príncipe regente, futuro rei D. Pedro II, confere à vila o título e os
privilégios de "Vila Notável", justificados pelo número de moradores
– mais de mil e quinhentos -, pela nobreza das gentes, saindo dela muitos
homens insignes, tanto nas letras como nas armas, e pela posição militar
estratégica que ocupava, junto à linha de fronteira, em ocasiões de guerra.
Esta última
situação, aliás, fez com que o concelho fosse particularmente afectado pela
insegurança e as destruições provocadas progressivamente pelas guerras da
Restauração de 1640/48, a guerra da Sucessão de Espanha, entre 1703 e 1713, e
as invasões napoleónicas, em 1801 e 1814.
O antigo regime
económico mantém-se e com ele as desigualdades sociais. As terras férteis do
concelho estão nas mãos dos grandes proprietários, que controlam a vida
municipal, e constitui-se uma massa crescente de camponeses sujeitos a crises
cíclicas de trabalho e a uma situação de subsistência miserável.
Desequilibraram
o frágil sistema produtivo baseado na complementaridade da pecuária com as
atividades recoletoras e com o cultivo intenso das hortas e não resolveram o
problema de uma economia que servia os interesses de quem vivia fora do
Alentejo. Talvez resida aqui a verdadeira dimensão do isolamento que afecta a
região.
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Igreja do Salvador
Cerca Urbana de Serpa
Igreja de Santa Maria
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